A Assembleia Legislativa vai discutir em fevereiro o valor do novo piso salarial do estado do Rio – na faixa 9 da lei atual, consta o salário mínimo do advogado, atualmente de R$ 2.047 – mesmo valor que consta na Convenção Coletiva de Trabalho assinada entre o Sindicato dos Advogados e o Sindicato das Sociedades de Advogados (Sinsa), e que está vigorando (leia mais). Para o novo piso, as centrais sindicais propõem um reajuste de 15,77%, o que faria com que o piso dos advogados saltasse para R$ 2.379. Mas os representantes dos patrões propõem bem menos: 6,5%. Segue a matéria do jornal O Dia:
Do site de O Dia (MAX LEONE): Empregadas domésticas e porteiros — entre mais de dois milhões de trabalhadores da iniciativa privada do estado — terão que esperar até o mês que vem para saber quanto terão de aumento este ano. As discussões sobre o reajuste do piso regional só serão retomadas após o recesso na Assembleia Legislativa, na segunda quinzena de fevereiro, que votará o percentual. Representantes dos patrões propuseram correção de 6,5%. Trabalhadores querem 15,77% de aumento.
De acordo com o líder do governo na Alerj, deputado André Correa (PSD), o estudo está em fase de elaboração para ser enviado à casa pelo Poder Executivo. Antes, no entanto, o parlamentar receberá representantes de empregados e empregadores para tentar diminuir a diferença entre as propostas.
“Vamos mediar a discussão e levar mais informações para o governo elaborar a proposta que será enviada aos deputados”, disse Correa, que vai se encontrar amanhã, às 15h30, com os trabalhadores.
Tanto empresários quanto sindicalistas consideram que a redução do número de faixas salariais também emperra as negociações. Os trabalhadores querem diminuir as atuais nove para cinco. Até aceitavam baixar o reajuste para 12,5%. Mas os representantes patronais não aceitaram e mantiveram a fórmula atual.
“Os patrões aceitaram discutir a redução durante as negociações para o aumento de 2013, mas voltaram atrás”, criticou Indalécio Wanderley, conselheiro da bancada dos trabalhadores.
Para Natan Shipper, representante da Fecomércio-RJ, comprimir as faixas provocará distorções e fará categorias terem aumentos maiores do que outras. “As faixas devem ficar como elas estão atualmente”, afirmou.
Sobre o percentual de aumento, Shipper argumentou que a proposta dos empresários ficou bem próxima do reajuste do mínimo nacional, de 6,78%, que entrou em vigor este mês em R$ 724.
Porteiro de um edifício residencial há 19 anos, Marcelo Oliveira, 42, mantém o hábito de acompanhar as discussões sobre o piso para não ser passado para trás na hora de receber o aumento.
“Acredito que o nosso salário base deva ir agora para R$ 900 e pouco. Não acredito que vá aumentar muita coisa”, disse Marcelo.
A empregada doméstica Claudia de Oliveira da Silva, 44, que mora com seus dois filhos em Nova Iguaçu, reclama que o salário atual de R$802,53 é muito baixo e não cobre as suas despesas. Ela reivindica um piso para a categoria de mais de mil reais. “Vamos ver se esse ano as coisas melhoram”, espera.
Tabela com as propostas para 2014: