O Globo divulga hoje (03) que o servidor público do TRT/RJ, Rogério Figueiredo Vieira, “foi o responsável por 16 movimentações financeiras atípicas, no valor total de R$ 282,9 milhões, em 2002, rastreadas pelo Conselho de Atividades Financeiras (Coaf)”. A Polícia Federal está investigando o funcionário. Rogério ocupou os cargos de coordenador de Despesas e de integrante da Comissão de Licitação do TRT-RJ, entre 1994 e 1995 – ele entrou no serviço público a partir de concurso para o TRT do Espírito Santo e ingressou no TRT/RJ em 23 de março de 1993, como técnico judiciário, na gestão do desembargador José Maria de Mello Porto, assassinado em 2006. Atualmente, o funcionário está lotado no TRT/RJ.
Mais de O Globo: “Em 2004, Rogério foi preso, no Rio, pela Polícia Civil do Paraná, em operação que também prendeu os ex-secretários do governo de Jaime Lerner, Ingo Hübert e José Cid Campêlo Filho. Eles eram suspeitos de terem desviado R$ 16,8 milhões da Companhia Estadual de Energia paranaense (Copel)”. Ainda segundo o jornal, o servidor responde por três inquéritos por lavagem de dinheiro e crimes contra o sistema financeiro. O Ministério Público Federal investiga as movimentações atípicas feitas no TRT/RJ. O servidor é dono da MixTrade, empresa de informática.
Ao O Globo, o TRT/RJ informou que o servidor exerceu a função até 31 de janeiro de 1998, tendo sido cedido à Câmara dos Deputados, onde ficou até 2004. O Globo também apurou para onde foi o servidor na Câmara: “O então deputado Carlos Rodrigues , o Bispo Rodrigues, admitiu na ocasião que havia requisitado o servidor para trabalhar em seu gabinete, na área de informática. No mesmo ano, Rogério afastou-se da função, segundo o tribunal, para tratamento de saúde e assuntos particulares, sem receber os salários”.
O TRT/RJ informa que, em 1996, ele foi punido pelo tribunal por 45 dias. O Tribunal também informa que Rogério retornou ao TRT-RJ em 2 de março de 2007 e está lotado na Seção de Protocolo Integrado.
Desde a divulgação pelo CNJ, em 12 de janeiro, das movimentações milionárias e mal explicadas de um servidor do TRT/RJ que o Sindicato dos Advogados pede a rigorosa apuração do caso. O presidente do sindicato, Álvaro Quintão, em artigo no jornal O Dia, prestou imediato apoio à ministra corregedora do CNJ, Eliana Calmon. Em O Globo, o presidente da OAB/RJ, Wadih Damous, afirmou ontem (02): “Continuamos esperando mais explicações. É uma situação grave, um funcionário público que teve o poder de movimentar milhões”.
Ontem (02), em votação apertada (6 a 5), o STF manteve o poder do CNJ de investigar juízes e servidores da Justiça.