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Do site do TJ/RJ: O Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro elegeu, no início da tarde desta quinta-feira, dia 4, o seu novo presidente para o biênio 2015/2016. O desembargador Luiz Fernando Ribeiro de Carvalho foi eleito, em segundo escrutínio, com 94 votos, contra 70 do desembargador Luiz Zveiter.
Na mesma sessão, foi eleita a nova corregedora-geral de Justiça. A desembargadora Maria Augusta Vaz venceu a eleição com 99 votos, contra 59 do desembargador Nagib Salib Filho.
Nota da redação: Zveiter participou da eleição graças a uma liminar concedida pelo ministro Fux, que liberou o o ex-presidente do Tribunal a participar do pleito, apesar de uma determinação do CNJ proibir a reeleição.
Leia mais sobre essa liminar aqui.
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Do site da CONJUR: Agentes policiais podem divulgar informações relacionadas a procedimentos criminais com relevante interesse público e que não estejam sob sigilo. Com esse entendimento, a 4ª Turma do Tribunal Regional Federal da 4ª Região negou pedido de indenização apresentado por um empresário de Santa Catarina, preso em operação da Polícia Federal em julho de 2006.
Depois de ser absolvido da acusação de lavagem de dinheiro, o empresário alegou à Justiça que ficou prejudicado profissionalmente pela exposição do seu nome na imprensa, associado como membro de uma quadrilha de tráfico de drogas. Segundo ele, o delegado responsável pela chamada operação zapata estimulou a cobertura da imprensa sobre o cumprimento dos mandados de prisão.
A decisão de primeira instância havia fixado pagamento de R$ 50 mil por danos morais, mas o TRF-4 derrubou a sentença, por unanimidade. A Advocacia-Geral da União argumentaram que não houve abuso, pois o delegado não violou nenhum dado sigiloso e cumpriu o dever de informar.
“A informação dada pela polícia tratava questão de relevante interesse público, qual seja, o tráfico internacional de drogas, lavagem de dinheiro, fraudes contra o sistema financeiro e sonegação fiscal. Por outro lado, não se tem qualquer prova nos autos de que se tratasse de informação inverídica ou sigilosa”, avaliou o relator, o desembargador federal Luís Alberto D’Azevedo Aurvalle.“O procedimento adotado pela PF decorreu do exercício regular do poder de polícia”, afirmou. Com informações da Assessoria de Imprensa da AGU.
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Do site do Senado: O projeto do novo Código de Processo Civil está pronto para ir a exame final em Plenário, com previsão de votação para a próxima quarta-feira (10), às 11h. O relatório do senador Vital do Rêgo sobre o substitutivo da Câmara dos Deputados ao projeto do Senado (PLS 166/2010) foi aprovado nesta quinta-feira (4), em votação simbólica, na comissão especial que trata da matéria.
O texto simplifica processos e estimula a solução consensual dos conflitos, entre outras medidas para agilizar as decisões e desafogar o Judiciário. Uma das novidades é a criação de instrumento jurídico que permite a aplicação de uma única solução para volumes expressivos de processos que envolvam uma mesma questão de direito, casos de ações previdenciárias e reclamações de consumidores contra concessionárias de serviços públicos.
A proposta teve como ponto de partida anteprojeto elaborado por comissão de juristas designada, em 2009, pelo senador José Sarney, então na presidência do Senado. Composta por nomes destacados do mundo jurídico, a comissão foi presidida pelo ministro Luiz Fux, do Supremo Tribunal Federal.
Desde abril, o substitutivo da Câmara vem sendo examinado por comissão temporária presidida pelo senador José Pimentel (PT-CE), igualmente apoiada por juristas, também presidida pelo ministro Fux. Vital manteve grande parte das inovações aprovadas pelos deputados, como a criação dos centros de solução consensual de conflitos.
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Do site da Folha de São Paulo (ITALO NOGUEIRA/SAMANTHA LIMA): O ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Luiz Fux concedeu na terça-feira (3) liminar que abre brecha para o ex-presidente do Tribunal de Justiça do Rio, Luiz Zveiter, disputar mais uma vez o cargo em eleição nesta quinta-feira (4).
Fux tornou nula uma decisão do CNJ (Conselho Nacional de Justiça) que vetava alteração do regimento do TJ-RJ. Em setembro, a corte mudou os requisitos para que desembargadores disputem a eleição.
A nova redação do regimento passou a permitir que ex-presidentes concorram ao cargo passados dois mandatos. Zveiter foi presidente entre 2009 e 2010 e quer concorrer de novo ao posto.
De acordo com o CNJ, a prática contraria a Lei Orgânica da Magistratura (Loman), de 1979, que veda a reeleição.
Em novembro, o conselho proibiu a manobra.
Escolhido relator no caso, Fux concedeu liminar ao TJ-RJ sustando os efeitos da decisão do CNJ. Ele afirma que o STF ainda discute qual norma, entre a Loman e os regimentos internos dos tribunais, tem prevalência sobre a outra. O ministro também considerou que os TJs têm autonomia administrativa. O caso ainda vai ser analisado pelo plenário do Supremo.
Fux foi colega de Zveiter no TJ-RJ, onde foi desembargador por quatro anos. O ministro também fez campanha para que a filha, a advogada Marianna Fux, se tornasse desembargadora na corte pelo quinto constitucional –vagas dos tribunais preenchidas por advogados, indicados pela OAB, e por representantes do Ministério Público.
Ela disputa na OAB para ter o nome enviado ao TJ-RJ. A decisão de incluí-la na lista tríplice a ser enviada ao governador é tomada em votação entre desembargadores da corte. A OAB-RJ tenta barrar sua candidatura.
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O coordenador da Comissão Nacional da Verdade, o advogado Pedro Dallari, afirma que 434 pessoas desapareceram ou foram mortas pela ditadura militar.
Esse é o número oficial que a Comissão apontará no relatório final a ser apresentado em 10 de dezembro, o Dia Internacional dos Direitos Humanos.
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Da Agência Câmara Notícias (Luis Macedo): A Comissão de Consolidação da Legislação Federal e Regulamentação de Dispositivos da Constituição aprovou nesta terça-feira o relatório do senador Romero Jucá (PMDB-RR) sobre a regulamentação da PEC do Trabalho Escravo (
Emenda Constitucional 81, de 2014), que prevê a desapropriação do imóvel rural ou urbano em que for encontrada essa prática.
A Comissão de Consolidação da Legislação Federal e Regulamentação de Dispositivos da Constituição aprovou nesta terça-feira o relatório do senador Romero Jucá (PMDB-RR) sobre a regulamentação da PEC do Trabalho Escravo (Emenda Constitucional 81, de 2014), que prevê a desapropriação do imóvel rural ou urbano em que for encontrada essa prática.
O projeto que regulamenta a expropriação (PLS 432/13) recebeu 55 emendas, das quais Jucá acolheu 29. Uma das questões polêmicas é o conceito de trabalho escravo. Muitas emendas pretendiam incluir a jornada exaustiva e as condições degradantes na caracterização, mas o relator rejeitou as alterações por considerar os conceitos abertos e subjetivos. “São questões trabalhistas e problemas sérios, mas não se pode confundir com a escravidão, que é o que queremos punir aqui”, disse.
Com isso, manteve-se a definição já presente no projeto, que considera para a caracterização do trabalho escravo a submissão a trabalho forçado, sob ameaça de punição, com uso de coação ou com restrição da liberdade pessoal. São citados ainda a retenção no local de trabalho, a vigilância ostensiva, a apropriação de documentos do trabalhador e a restrição da locomoção em razão de dívida contraída com o empregador.
Entre as modificações, foram feitos pequenos ajustes e detalhes sobre o processo de desapropriação, como destinar materiais apreendidos em locais onde se constate trabalho escravo também para o Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT), da mesma forma que os recursos das desapropriações.
Tramitação
A proposta foi elaborada pela comissão formada por senadores e deputados e, por isso, tem tramitação especial. Será analisada diretamente pelo Plenário do Senado e, depois, passará direto pelo Plenário da Câmara dos Deputados.
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Do site da OAB Federal (11/12): uma das maiores conquistas da advocacia nos últimos 20 anos, a inclusão da classe no regime de tributação Simples promete trazer inúmeros benefícios para os advogados. Para ajudar a entender o impacto dessa medida entre seus profissionais, a OAB Nacional, em parceria com a Secretaria da Micro e Pequena Empresa, o Sebrae e a FGV, realizam uma pesquisa nacional sobre a adesão da advocacia ao Simples.
A cargo da FGV, a pesquisa visa à elaboração de propostas para subsidiar a formulação de projeto de lei destinado ao aprimoramento do SIMPLES Nacional, buscando o crescimento das empresas, o aumento da transparência, a simplificação das obrigações e o aprimoramento do sistema tributário, tendo como base o estímulo ao desenvolvimento.
Segundo o presidente nacional da OAB, Marcus Vinicius Furtado Coêlho, é fato que a inclusão da advocacia no Simples facilitará o trabalho de dezenas de milhares de profissionais, que pagarão menos tributos e terão estímulo para a formalização de seus escritórios. “Agora, escritórios de advocacia, principalmente os pequenos e com profissionais no começo de carreira, terão um grande estímulo para se formalizarem e, assim, contribuir com o crescimento do Brasil, gerando empregos e tributos”, afirmou.
Na pesquisa, os advogados responderão a sete perguntas simples, como o grau de conhecimento do sistema de tributação Simples, se pretendem aderir ao sistema e se o Simples permitirá um crescimento em sua atividade. Os dados de cada participante são sigilosos e serão usados apenas para os resultados da pesquisa.
Para responder à pesquisa, basta clicar na imagem abaixo para ter acesso ao site.
NOTÍCIAS, SINDICATO
Em entrevista ao Jornal dos Advogados, o presidente do Sindicato, Álvaro Quintão, fala sobre a situação atual do Judiciário em nosso estado e da relação da magistratura com os advogados.
O jornal está sendo distribuído nos fóruns e será enviado à residência de seus associados (veja a capa aqui).
A seguir, a entrevista, na íntegra:
Jornal dos Advogados: É notória a lentidão processual, a falta de estrutura e a grande carência de funcionários e juízes nos tribunais. Podemos afirmar que o Judiciário brasileiro, particularmente o do Rio de Janeiro, vive sua maior crise?
Álvaro Quintão: Acredito que sim. Entre os poderes da República, o Judiciário é o mais fechado de todos. Há uma visão equivocada de alguns magistrados que o Judiciário serve apenas para pagar seus salários. Na verdade, o Judiciário é uma Poder que deveria ter como principal objetivo a prestação jurisdicional.
JA: O TJ/RJ tem uma carência histórica de juízes, estimada há pelo menos três anos em mais de 200 magistrados. Essa carência impede uma boa prestação de serviço aos jurisdicionados por parte dos advogados. Por que o TJ não resolve esse grave gargalo?
AQ: A carência de juízes e servidores se deve, principalmente, a esta visão equivocada dos salários. As direções dos Tribunais, muitas vezes pressionadas por essa visão distorcida, utilizam o orçamento do Judiciário para melhorar a remuneração através de pagamentos de benefícios, como o “auxílio moradia”, o “auxílio educação” etc, e deixam de usar os recursos disponíveis no orçamento para a contratação de novos juízes e serventuários. Assim, me parece óbvio que, se o Tribunal utilizar todo o orçamento disponível para o pagamento de benefícios, vão faltar recursos para a contratação de novos juízes e serventuários.
Outro fato relevante e que contribui muito para uma prestação jurisdicional precária é a acumulação de cargos pelos juízes. Trata-se de uma prática permanente utilizada pelo Tribunal aqui no Rio para tentar minorar a crise da falta crônica de juízes. Assim, na medida em que faltam juízes, um juiz passa a acumular varas e, consequentemente, ele recebe mais por estar acumulando. Mas novamente voltamos para a discussão sobre a falta de recursos para contratar novos juízes e serventuários, pois a acumulação de cargos não resolve o problema da carência. No final das contas, o grande problema a ser enfrentado é a falta de vontade por parte dos Tribunais de resolver os problemas de uma vez.
JA: Em dezembro de 2013, foi realizada uma audiência pública pela Frente Parlamentar criada na Assembleia Legislativa do Rio, a pedido do Sindicato, para discutir os problemas do TJ. Nessa audiência, foi discutida a questão salarial da magistratura. Recentemente, o TJ enviou à ALERJ um projeto, criando um “auxílio educação” no valor de R$ 7 mil para cada juiz; posteriormente, o Tribunal recuou e reduziu o valor para R$ 3 mil. Como o Sindicato se posiciona nessa discussão sobre a remuneração da magistratura?
AQ: Primeiro, gostaria de deixar bem claro que a diretoria do Sindicato não é contra que os juízes e serventuários recebam bons salários, além de outros benefícios condizentes com os cargos que exercem. Em segundo lugar, o que esta audiência na ALERJ revelou foi o problema do cobertor curto: se quase não há recursos para a contração de juízes e servidores e os poucos recursos existentes forem utilizados para pagar benefícios, vamos continuar com a visão de que o Judiciário existe apenas para pagar salários e benefícios. Volto a dizer, os juízes e servidores devem receber salários dignos, mas o principal papel do Judiciário não é este. Assim, o pagamento de bons salários para os juízes e serventuários deve ter como objetivo principal a melhoria na prestação jurisdicional.
JA: Em 2011, o Sindicato visitou diversos fóruns no Interior do estado, onde atestou que o Tribunal optou por fazer prédios grandiosos e não resolveu a carência de juízes. Como está a situação das comarcas no Interior?
AQ: As comarcas do Interior são as mais prejudicadas com a falta de juízes e funcionários. É muito comum o mesmo juiz acumular varas de Comarcas distantes umas das outras. Existem Comarcas em que se o juiz faltar um dia, ela só o verá na semana seguinte. É humanamente impossível para um juiz acumular Varas como estão acumulando atualmente no nosso estado. A situação está levando o Judiciário a prestar serviços de forma precária.
JA: O Sindicato também visita, rotineiramente, as fóruns da Baixada Fluminense, onde contata as subseções da OAB/RJ. Pode-se dizer que nessa região os serviços oferecidos pelo TJ são ainda piores?
AQ: A Baixada Fluminense não é muito diferente do resto do Estado. O Judiciário é carente de pessoal e, consequentemente, presta um serviço muito abaixo do que a sociedade necessita. A maior diferença talvez esteja na iniciativa de alguns juízes e magistrados que tentam, através do diálogo com a sociedade, em especial com algumas subseções da OAB, buscar medidas que permitam reduzir os problemas. Quando os magistrados entendem a importância do advogado para a administração da Justiça, as soluções aparecem.
JA: Em agosto, o TJ retirou, intempestivamente e sem discutir com as entidades dos advogados, 44 varas do Fórum Central para um prédio alugado na Avenida Presidente Vargas. Como está a situação desse prédio?
AQ: Caótica, com certeza. O TJ/RJ, sem qualquer discussão prévia com a comunidade jurídica, resolveu que para fazer as reformas necessárias nas instalações originais localizadas no Fórum da Capital deveria remover de uma só vez 44 Varas para um prédio alugado na Avenida Presidente Vargas. O prédio, apesar de possuir instalações novas, não possui a mínima estrutura para a boa prestação jurisdicional. Em uma audiência pública realizada na OAB/RJ, poucos dias antes da transferência das varas, a presidente do TJ, desembargadora Leila Mariano, se comprometeu em permitir uma visita do Sindicato e da Ordem no local para onde seriam levadas as Varas. O presidente da OAB/RJ, Felipe Santa Cruz, solicitou que a visita fosse agendada, mas até agora nada foi agendado. Também temos relatos de que alguns advogados já foram assaltados nas proximidades do prédio. Como todos sabemos, aquela região não é das mais seguras (NR: Centro do Rio, próxima à Central do Brasil).
JA: Este ano ocorreram pelo menos dois incidentes graves entre advogados e o Judiciário estadual. Em Caxias, uma juíza leiga deu voz de prisão a um advogado por causa de uma simples discussão sobre um requerimento do profissional. Em Rio Bonito, uma das duas únicas juízas da comarca anunciou ser suspeita para julgar os processos em que o presidente da subseção local, César Gomes, e sua esposa estejam trabalhando (NR: ver matérias neste jornal), praticamente impedindo o profissional de trabalhar em sua cidade. Como o senhor analisa a relação atual entre advogados e juízes?
AQ: Alguns juízes não admitem ser questionados, seja na forma como estão exercendo suas funções ou mesmo quando se recusam a cumprir com suas obrigações. O que aconteceu nestes lugares mencionados não são casos isolados, infelizmente. Em várias comarcas existem juízes que se acham acima do bem ou do mal. A maioria dos episódios em que juízes e advogados se confrontam ocorre porque o juiz não que respeitar as prerrogativas dos advogados. Normalmente, os juízes se recusam a constar em Atas de Audiências os requerimentos formulados pelos advogados; se recusam a receber os advogados quando estes estão cumprindo com suas obrigações e exercendo suas prerrogativas. Volto a dizer: o que falta é a compreensão de que os advogados são indispensáveis à administração da Justiça. Que as prerrogativas não são privilégio e sim um direito, e com este direito não há negociação.
JA: O TJ/RJ recebe muitas críticas sobre o chamado “cartorão”, no Fórum de Niterói, uma experiência feita pelo Tribunal há cerca de cinco anos de unificar algumas varas locais. Mas a experiência, mantida até hoje, se transformou no pesadelo dos advogados, pois o serviço nessas varas piorou. Este seria mais um exemplo de como o Tribunal do Rio é fechado e não discute com os advogados a possibilidade de melhorar os serviços, com a troca de experiências entre as partes envolvidas. Como o senhor analisa essa situação em Niterói?
AQ: É como eu disse antes, não existe uma situação na Comarca de Niterói que nos permite dizer que lá o Judiciário está melhor ou pior. O Judiciário em Niterói passa pelos mesmos problemas, pelas mesmas carências do resto do Estado. Em relação ao “cartorão”, que deveria facilitar a vida dos advogados e das partes, o que temos percebido é que a sua criação trouxe mais problemas do que soluções. São frequentes as reclamações dos advogados e das partes. Passou da hora para que a direção do Tribunal tenha a humildade de reconhecer que esta tentativa de unificação não deu certo. Reconhecer o erro não é pecado, é virtude. Basta um pouco de humildade.
JA: Vamos falar da implantação do Processo Eletrônico. Na Justiça Cível e na Justiça do Trabalho, que atua com o PJ-e, as criticas são imensas. No TJ/RJ, por exemplo, os processos são escaneados pelos funcionários dos cartórios de qualquer jeito. Resultado: os juízes devolvem os processos. Na Justiça do Trabalho, os juízes extinguem os processos também por causa de problemas no processamento eletrônico. Além disso, os problemas diários do PJ-e, que saiu do ar vários dias este ano, provocaram uma auditoria do TSE. Pode-se dizer que a Justiça em nosso estado vive uma espécie de insegurança digital?
AQ: O processo eletrônico é uma realidade e qualquer um que diga que ele não vem para melhorar a situação estaria equivocado. O que nos causa muitas preocupações é a forma como ele vem sendo implantado, não apenas em nosso estado, mas em todo o país. O que nós temos visto é que o processo eletrônico tem afastado vários profissionais do mercado do trabalho, pois além de apresentarem uma complexidade muito grande, vem dificultando muito a efetiva prestação jurisdicional. Nem advogados, nem juízes, nem serventuários estavam preparados para esta nova realidade. O PJe implantado na Justiça do Trabalho virou um verdadeiro “pesadelo” judicial eletrônico. O sistema vive fora do ar. Várias peças processuais estão sumindo do sistema. E ainda encontramos alguns juízes mudando a regra processual sem qualquer fundamento legal. Vivemos, com certeza, uma insegurança digital muito grande.
JA: A Justiça Federal aqui no Rio não passa por esses problemas mais graves, em relação ao processo eletrônico. Por que?
AQ: O sistema implantando na Justiça Federal é diferente dos sistemas existentes no TJ e no TRT. Mas o que facilitou mais a implantação foi o fato de a Justiça Federal ter facilitado o acesso ao sistema, pois lá os advogados podem comparecer com os documentos, com as petições em papel. A JF também oferece os serviços de digitalização e posterior protocolo. Isto evitou muitos problemas e atrasos.
JA: Em dezembro do ano passado, a ação conjunta do Sindicato, OAB/RJ, AFAT e ACAT impediu o TRT/RJ de retirar todas as varas do Centro da capital e transferi-las para a Zona Oeste. Inclusive, uma consulta feita pelo Sindicato na sede do TRT da Rua do Lavradio atestou que 86% de cerca de mil advogados foram contra a retirada das varas, a chamada descentralização. Infelizmente, o Tribunal está se movimentando para trazer de volta o projeto da descentralização das varas. Como o Sindicato está vendo esta possibilidade?
AQ: Este foi mais um exemplo de como o Judiciário toma decisões equivocadas. Mesmo sem uma grande discussão com a comunidade jurídica, a direção do TRT elaborou um plano de transferência de aproximadamente 40 Varas do Trabalho do Centro do Rio para um prédio no final do Recreio dos Bandeirantes. Felizmente, após a pesquisa realizada pelo Sindicato, e a posterior mobilização patrocinada pelas entidades representantes da advocacia, os desembargadores reunidos no Pleno do TRT decidiram pelo arquivamento da proposta de descentralização das Varas do Trabalho. É importante registrar que o que estava em discussão não era a possibilidade ou não de levar o Judiciário para próximo daqueles que necessitam da prestação jurisdicional, que é a tese original da descentralização. Afinal, qualquer pessoa de bom senso defenderá uma melhoria na prestação jurisdicional. Qualquer pessoa de bom senso defenderá que o Tribunal esteja próximo daqueles que necessitam de seus serviços, inclusive dos advogados. O que discordávamos, e continuamos discordando, foi a forma utilizada para transferir as 44 Varas de Trabalho e o caos que esta descentralização causaria aos advogados, juízes e partes. Nós sempre defendemos uma sede própria para a Justiça do Trabalho, e acho que este deve ser o objetivo a ser perseguido. De fato, estamos ouvindo comentários que as pessoas que tiveram aquela proposta derrotada estão se movimentando para dar outra roupagem à mesma proposta e tentar novamente a sua aprovação. Lamento muito que isto esteja acontecendo, mas espero que as pessoas envolvidas dessa vez tenham pelo menos a humildade de convidar os maiores interessados no funcionamento do Judiciário para participarem da discussão.
JA: A relação entre advogados e juízes na JT está cada vez pior, principalmente por causa do açodamento da instalação do PJ-e por parte do TRT/RJ. Ou seja, o que era ruim – a prestação jurisdicional -, piorou. O Sindicato fez até uma pesquisa para aferir estes problemas com as varas trabalhistas, especificando quais os principais entraves e como agem os juízes. Como o Sindicato se coloca em relação a esta situação?
AQ: Falar dos problemas do PJe virou rotina. São problemas permanentes, a ponto de o TST ter contratado uma empresa para fazer uma auditoria no sistema do TRT do Rio. Mas o que a nossa pesquisa aponta, e isto é igualmente preocupante, é que alguns magistrados têm dificultado ainda mais o funcionamento já precário do nosso Judiciário trabalhista. Alguns juízes, por exemplo, insistem em criar regras processuais que ferem a nossa legislação. Extinguem processos sem qualquer motivo razoável, adiam audiências mesmo quando elas poderiam acontecer. O Sindicato está finalizando a pesquisa e vai procurar a Direção do Tribunal, a AMATRA (Associação dos Magistrados) e a Associação dos Servidores para discutir estes problemas.
JA: O senhor acredita que os recentes escândalos no Judiciário – como o uso e abuso de auxílios educação e moradia; pressão da alta magistratura em relação às listas do Quinto; falta de diálogo das direções dos Tribunais com as entidades de advogados – têm piorado a opinião da população em relação aos juízes?
AQ: Não tenho a menor dúvida. Algumas pessoas ligadas ao Judiciário estão extrapolando suas prerrogativas e isto contribui para piorar a opinião da sociedade em relação a este Poder. Por exemplo, os meios de comunicação têm divulgado o que seria uma ingerência de membros do Judiciário na escolha de advogados que comporão a próxima lista do Quinto para a escolha de desembargadores estaduais. Isto denigre a imagem de todo Judiciário, como também da advocacia, pois dá a impressão de que a advocacia se curva para as vontades de alguns magistrados e levanta inclusive uma discussão sobre a legitimidade ou não da escolha de desembargadores pelo Quinto Constitucional.
JA: Nessa discussão, pode-se dizer que a atuação do CNJ está aquém do esperado?
AQ: Infelizmente, em alguns casos o CNJ tem agido levando em conta a sua composição majoritária de juízes. Acho que o CNJ ainda não foi instado a se manifestar sobre estas notícias. Acredito que ele deveria analisar com mais cuidado o que vem sendo noticiado.
JA: Em sua opinião, o que os advogados e suas entidades representativas podem fazer para modificar para melhor todo esse quadro?
AQ: Em relação aos advogados, devemos continuar a exercer nossa profissão com a independência que ela exige. Não podemos nos curvar diante das injustiças ou das violações de nossas prerrogativas. E quanto às entidades, elas precisam ser firmes na defesa destas prerrogativas. As entidades dos advogados precisam deixar claro de que lado elas estão.
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O Jornal dos Advogados, órgão oficial do Sindicato, foi distribuído com grande sucesso na Conferência Nacional dos Advogados, realizada no Rio esta semana, com a presença de milhares de advogados.
A publicação, edição nº 83, se propõe a discutir as mazelas do Judiciário brasileiro e traz uma pergunta logo na capa: “O Judiciário é autoritário, nepotista, corporativo e lento?” (cópia da capa logo abaixo).
Em seguida, vem uma entrevista sobre o tema com o presidente do Sindicato, Álvaro Quintão. Na entrevista, Álvaro afirma: “Entre os poderes da República, o Judiciário é o mais fechado de todos. Há uma visão equivocada de alguns magistrados de que o Judiciário serve apenas para pagar seus salários. Na verdade, o Judiciário é uma Poder que deveria ter como principal objetivo a prestação jurisdicional”.
Traz também duas matérias que informam sobre recentes ataques de magistrados às prerrogativas de dois integrantes da OAB/RJ: o presidente da OAB de Rio Bonito, César Gomes, e o conselheiro da OAB Duque de Caxias, José Oswaldo Lima de Oliveira.
Além disso, o jornal contém dois artigos: um sobre os graves problemas do PJe do TRT do Rio, escrito por João Baptista Lousada Camara; e um outro sobre a importância para os advogados da Carta Universal dos Direitos Humanos. No artigo escrito pelo conselheiro da OAB/RJ, Aderson Bussinger, ele lembra inclusive que a Carta “Também é sempre um fundamento disponível quando somos obrigados a arguir a suspeição de algum magistrado que não julgue atue com parcialidade devida ou desimpedimento”.
O informativo está sendo distribuído nos fóruns e também pode ser adquirido na sede do Sindicato: Avenida Franklin Roosevelt, 84, sala 202 – Centro, Rio de Janeiro – (0xx)21 2240-7665 (08h às 17h).
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Do site da Folha de São Paulo (ITALO NOGUEIRA):
Ao menos cinco tribunais e um Ministério Público estaduais pagam auxílio-moradia acima do limite imposto nesta terça-feira (8) pelos conselhos nacionais de Justiça e do Ministério Público.
As cortes do Rio de Janeiro, de Minas Gerais, do Mato Grosso, de Rondônia e do Mato Grosso do Sul, além da Promotoria do Rio, pagam benefícios acima dos R$ 4.377 estabelecidos pelos órgãos.
O pagamento em alguns casos supera o dobro do teto.
O CNJ (Conselho Nacional de Justiça) e o CNMP (Conselho Nacional do Ministério Público) decidiram reproduzir o teto imposto pelo ministro Luiz Fux aos juízes federais em ação no STF (Supremo Tribunal Federal).
O auxílio-moradia a que têm direito os ministros do Supremo se tornou o balizador para o pagamento no país. Os conselhos da Justiça e do Ministério Público regulamentaram, na terça-feira (7), o pagamento do benefício a seus integrantes.
Os cinco tribunais terão de se adequar à nova norma.
O maior auxílio do país é pago pelo Tribunal de Justiça de Mato Grosso, onde os magistrados podem receber até R$ 9.837 –30% do subsídio mais 7% para comarcas de difícil acesso.
O órgão já afirmou que vai se adequar imediatamente à nova regra.
O Ministério Público do Rio afirmou que enviará projeto de lei para a Assembleia Legislativa para respeitar a decisão do CNMP.
Os TJs de Minas Gerais e Mato Grosso do Sul afirmaram que ainda não foram notificados sobre a decisão. Os demais não se pronunciaram até a conclusão desta edição.
Apesar de gerar economia em alguns tribunais e promotorias, a decisão abre a oportunidade para que outros 12 tribunais que não pagam o subsídio passem a incorporar o auxílio em suas folhas.
A AGU (Advocacia-Geral da União) ingressou no STF com um mandado de segurança para derrubar o auxílio-moradia aos magistrados do Brasil. O órgão estima um impacto de R$ 840 milhões para os cofres públicos.
O gasto anual médio com o auxílio é atualmente de cerca de R$ 168 milhões.
De acordo com a AGU, um ministro do STF não tem o direito de sozinho liberar um pagamento que traga impacto aos cofres públicos através de uma decisão provisória, juridicamente conhecida como liminar.
BENEFÍCIO UNIVERSAL
A decisão do ministro foi também um revés para o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, que pretendia propor ação direta de inconstitucionalidade contra as leis estaduais que abrem brechas para o pagamento do auxílio para todos os juízes e membros dos MPs.
Na avaliação de Janot, o auxílio só deveria ser concedido para ressarcir quem tem gasto adicional por trabalhar em local distante de sua residência. Ele regulamentou desta forma o benefício no Ministério Público Federal.
Essa lógica não é seguida em ao menos sete TJs, onde mais de 80% dos membros recebem a verba, como revelou a Folha em março.
Os órgãos se baseiam num trecho da lei que afirma ser devido o auxílio quando não houver “residência oficial” para o magistrado ou membro do MP. A decisão de Fux tem a mesma lógica.
Como são raros os imóveis do tipo no país, consideram autorizado o pagamento universal do benefício.
Além dos procuradores e magistrados que já contam com “residência oficial”, não receberão o benefício aqueles que estão aposentados ou afastados de suas funções sem direito a receber salário.
Para críticos da prática, o auxílio nesses casos é usado para aumentar artificialmente o salário de promotores, procuradores e magistrados.
As resoluções dos conselhos, contudo, impuseram algumas regras que impedem a universalização total, nos moldes que vem sendo praticado.
Essas resoluções vetaram, por exemplo, o pagamento de auxílio-moradia a magistrado ou membro do Ministério Público que more junto com outro integrante do Judiciário que receba o benefício.
Assim, evita-se a duplicidade no pagamento.
A regulamentação, contudo, não pede comprovação de uso da verba em moradia.
ENTENDA O CASO – O CUSTO DO AUXÍLIO
As decisões de Fux: Em 15.set, o ministro Luiz Fux (STF) determinou que os tribunais regionais federais paguem auxílio-moradia de R$ 4.377,73 por mês a juízes sem residência oficial. No dia 26, estendeu o auxílio a todos os juízes sem imóvel oficial.
Recurso da AGU: O advogado-geral da União, Luís Inácio Adams, recorreu ao STF em 2.out alegando que a decisão não poderia ser tomada por um ministro em caráter provisório, em liminar.
Decisão do CNJ: Na terça (7), os conselhos de Justiça e do Ministério Público regulamentaram o pagamento do auxílio. O custo deve ficar em mais de R$ 1 bi por ano.
Observação: TJ do Rio reivindicou, recentemente, “auxílio educação” no valor de R$ 7 mil, mas recuou – leia mais.
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